No fim de setembro, no Healthcare Innovation Show, um assunto muito comentado foi a regulamentação e uso da telemedicina. Há bastante confusão na compreensão do que é a telemedicina, principalmente uma redução do significado, que toma a parte pelo todo. Assim, deixaremos aqui no blog um pouco do conceito por trás da palavra e com sua ajuda em compartilhar, vamos evitar enganos e a desinformação.

A telemedicina pode ser conceituada como forma de exercício da medicina à distância para fins de informação, diagnóstico e tratamento, baseada em dados, documentos ou outras informações confiáveis transmitidas por intermédio de telecomunicações. Atualmente, o emprego da telemedicina tem abrangência crescente, sendo possível realizar desde consultas (teleconsulta) e diagnósticos (telediagnóstico) até complexas cirurgias robóticas (telecirurgia).

É preciso explicar que teleconsulta (quando um médico atende um paciente de forma não presencial, por meio online) é apenas uma das aplicações da telemedicina, que também abrange o acompanhamento de cuidado do paciente, cuidados nutricionais e medicina diagnóstica. A teleconsulta é 3% da telemedicina, um ato médico que se fecha por si só. Existe também a teletriagem, que não finaliza a consulta. Faz um começo de atendimento e então encaminha para um ambulatório, ou faz um chamado para que um médico vá ao encontro do paciente.

DIFICULDADES E DESAFIOS

Em mais de 300 faculdades conceituadas de medicina no Brasil apenas 5 ensinam telemedicina, aponta Chao Lung Wen, médico da USP que é referência no assunto. Ele indica que as escolas devam colocar como obrigatório o ensino dessa matéria e que pelo menos 100 instituições tivessem isso como regra até 2022. Ele considera importante criar uma massa crítica de profissionais que tenham responsabilidade no uso da tecnologia. Este foco deve reduzir desperdício e conseguir eficiência; a redução de custo será consequência. E, ao final, aumentará o acesso, comenta em podcast da Feira Hospitalar.

É primordial a educação com cursos de formação rápida para médicos que se interessem já pelo assunto. A academia deve estar alinhada com a iniciativa privada e o governo ao fazer um plano quinquenal com respostas e satisfação para a sociedade, ele indica.

No exterior, Holanda, Dinamarca, Escandinávia e Estados Unidos são países que vão bem na telemedicina. No Brasil, as organizações que poderiam ajudar no plano indicado pelo doutor Chao Lang Wen são a ANAP e a ANS. Principalmente ajudando a responder: Como o serviço será pago? Como será auditado? E como as pessoas que usam o serviço podem ter vantagens competitivas para aproveitar melhor seu dinheiro.

SOCIEDADE DE SÉCULO 21

A telemedicina é a expressão na área médica da transformação digital que ocorre na sociedade. A aplicação de forma eficiente desta tecnologia que já nos rodeia pode democratizar a saúde, garantir acessibilidade para os mais carentes.

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