Um grande desafio da saúde nos últimos 40 anos – o combate à AIDS – tem hoje um dia de respeito à memória das vítimas, de celebração da vida dos soropositivos e combate à epidemia, com distribuição de informação, comemoração aos avanços da ciência e cobrança às autoridades para que não esmoreçam em seu papel de Estado e ampliem o acesso aos medicamentos antirretrovirais, acompanhamento médico gratuito e nas campanhas ativas de prevenção ao vírus HIV.

No mundo, 38 milhões de pessoas vivem com o HIV. Os tratamentos desenvolvidos com medicamentos antirretrovirais já têm a capacidade de tornar a carga viral indetectável e assim, impedir a transmissão, mas o acesso a eles concentra-se nos grande centros metropolitanos e como agravante, muitas pessoas demoram a ter o diagnóstico do HIV. É importante realizar os exames e descobrir a contaminação bem no início para o tratamento ser bem-sucedido. Segundo um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde do RJ, 60% dos infectados do estado iniciaram o tratamento após os sintomas, o que é a principal causa para terem desenvolvido a doença. Os números de mortes por Aids no RJ são considerados bem altos.

ESTRATÉGIAS

Além da prevenção com o uso da camisinha, outras maneiras combinadas oferecem mais proteção contra o HIV. Desde a década passada, o uso do protocolo chamado Prep, que é a ingestão diária de comprimidos (que fazem parte do tratamento antirretorivral), indicada para pessoas soronegativas com mais chances de se contaminarem (profissionais do sexo, pessoas que tem relações sexuais com soropositivos e homens que fazem sexo com outros homens) tem apresentado bons resultados. Em São Paulo, por exemplo, mais de 8 mil pessoas deram início ao uso da PrEP na capital.

Dados do último boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura mostram que, em 2019, foram registrados 2.946 novos casos de HIV, 11,7% a menos do que em 2018, quando houve 3.340 notificações. Em comparação com os números de 2017, a diminuição chega a 25%.

O teste regular para saber a presença do HIV também interrompe o ciclo da transmissão. A novidade mais recente é o feito com saliva, que pode ser inclusive adquirido na farmácia.

Em caso de resultado positivo é importante buscar apoio e informações sérias. Cada vez mais, as pessoas têm acessado a internet para buscar informações sobre a saúde. Uma pesquisa feita pela seguradora de saúde Bupa, em 2011, a Bupa Health Pulse, constatou que 86% dos brasileiros com acesso à Internet utilizam a rede para buscar orientações sobre saúde, remédios e condições médicas.  A pesquisa mostra, que destes 86%, 68% buscam, online, informações sobre medicamentos, 45% buscam informações sobre hospitais e 41% buscam conhecer, na Internet, experiências de outros pacientes com determinado problema de saúde. Contudo, um dado preocupante é que somente um quarto das pessoas verifica as fontes das informações.

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) lançou em 2018 a plataforma online Deu Positivo, e Agora? (deupositivoeagora.org): um site que reúne informações sobre HIV em linguagem atualizada, clara, acessível, com foco em jovens que acabaram de receber diagnóstico positivo para o HIV, o vírus da imunodeficiência humana. A iniciativa conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Comunicação (UNESCO).

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