Os alimentos ultraprocessados – que são aqueles que passam por intensas transformações industriais, como macarrão instantâneo, refrigerantes, biscoitos, e salgadinhos de pacote – estão na mira dos cientistas, que pedem que políticas públicas se esforcem para reduzir o consumo desses alimentos pela população.

Os estudiosos mostram que o consumo de ultraprocessados aumentam AVC, infarto e mortes. Segundo a pesquisa feita com 3003 pessoas, divulgada mais recentemente pela Universidade da Nova York e publicada no Journal of the American College of Cardiology, os voluntários com dietas compostas de gorduras hidrogenadas, frutoses e xaropes de milho (ingredientes de alimentos ultraprocessados) passaram a ter 7% mais riscos de um evento cardiovascular e 9% mais risco de morrer por uma adversidade dessas.

O alerta serve para os adultos cuidarem de sua alimentação, privilegiando escolhas de alimentos in natura, incluindo frutas ou vegetais em todas as refeições, e, principalmente, para que se responsabilizem pela nutrição das crianças. Pesquisas mostram, por exemplo, 65% das calorias ingeridas por crianças do Reino Unido no ensino fundamental vêm de alimentos ultraprocessados, como bolos, biscoitos, bebidas gaseificadas e salgadinhos de pacote.

NUPENS/USP, um órgão da Universidade de São Paulo criado em 1990 com a finalidade de estimular e desenvolver pesquisas em nutrição e saúde diz que a infância é um período crítico, um momento de crescimento rápido e constante em que o organismo precisa de uma boa alimentação para evoluir com segurança. Segundo o departamento há uma relação entre a dieta de crianças e adolescentes que se alimentam de ultraprocessados e o comprometimento de seu rendimento acadêmico.

Apesar do grande número de evidências científicas que comprovam o poder nocivo dos alimentos ultraprocessados, esses produtos continuam integrando a dieta infantil global, muitas vezes induzido pelo trabalho maciço de publicidade da indústria.

A estratégia ideal para a mudança de hábito com menos influência dos ambientes externos é a combinação de compras de alimentos saudáveis nas feiras locais com o comportamento alimentar das famílias. No entanto, as famílias também devem encorajar as crianças a reduzirem o consumo de bebidas açucaradas, estimular a prática de atividade física e diminuir o tempo gasto com o mundo virtual.

O fotógrafo Gregg Segal faz um alerta com o seu trabalho Daily Bread. Ele rodou pelo mundo fotografando crianças e suas dietas para mostrar como estão se alimentando as futuras gerações.

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