O coordenador de Enfermagem do Clinic Care, Wlademinck Reis, e a coordenadora médica da Atenção Domiciliar, dra. Beatriz Feijó, são os representante do GRUPO GERIATRICS no Programa QELCA©.

O programa QELCA© (Quality end of Life Care for All) tem como objetivo proporcionar a capacitação e treinamento de profissionais ligados à instituições assistenciais que cuidam de pacientes com doenças ameaçadoras à vida, para a atuação em Cuidado de Fim de Vida com Qualidade para todos. O programa foi desenvolvido pela instituição de saúde britânica St Christopher’s Hospice, berço mundial do Cuidado Paliativo e foi disseminado mundialmente.

No Brasil, o Hospital Premier, localizado na cidade de São Paulo, é o representante do Programa QELCA©, portanto é responsável pelo treinamento e capacitação dos profissionais que retornam para suas instituições e disseminam e treinam os demais membros das equipes.

Para a participação no Programa QELCA©, os profissionais são submetidos a uma análise curricular pela Instituição do St. Christopher e do Hospital Premier, sendo os nossos dois colaboradores aprovados e imersos na turma que está em andamento no ano de 2022. O programa tem uma duração de um ano, nesse período há um extenso cronograma de atividades que ao final certificam com selo de qualidade o GRUPO GERIATRICS.

Conversamos com ambos os profissionais sobre as dificuldades presentes no entendimento e aceitação de familiares e pacientes sobre o Cuidado Paliativo. Para dra. Beatriz o principal paradigma está no entendimento e na abordagem do tratamento, pois o foco deixa de ser a doença e passa a ser a pessoa.

O paliativismo pode e deve estar presente, ainda que como uma opção ou uma abordagem, desde o início da doença, do seu diagnóstico, visando propiciar controle e alívio de sintomas, oferecer qualidade de vida; orientar quanto a tomadas de decisões pessoais, ou resolver questões pessoais que podem afetar ou gerar estresse ou ansiedade numa fase mais dificil da própria evolução da doença.

Beatriz Feijó.

O cuidado Paliativo deve estar presente no momento do diagnóstico, visando a qualidade de vida, com reflexões, orientações para as tomadas de decisão com o objetivo de alívio de sintomas e conforto, com dimensões não apenas físicas, mas também espirituais e psicossociais.

Para o enfermeiro Wlademinck, a participação da família no cuidado de um paciente é de fundamental importância para o seu acolhimento e entendimento, já que frente a uma doença ameaçadora à vida sem possibilidade de cura, o sofrimento dos familiares podem levar a dificuldades no cuidado do paciente e gerar mais sofrimento e desconforto.

O facilitador pode minimizar essa situação tendo uma escuta ativa, procurando ser claro e transparente com o paciente e família, procurando diminuir o medo e ansiedade e procurando ajudá-los a encontrar o melhor caminho para o momento. Entendendo que o paciente é o centro do tratamento.

Wlademinck Reis.

O profissional treinado e capacitado pelo programa atua como um facilitador, podendo aclarar os fatos, acolher pacientes e familiares além de contribuir para o melhor cuidado.

A forma de contornar é “dialogar, ouvir o paciente e sua família, entender o contexto, o cenário”, concorda Beatriz sobre a escuta ativa: “Dessa forma todos nós, equipe assistencial, paciente e família passamos a ser mais resilientes, compassivos além de oferecer instrumentos para ressignificação de valores, vivência de luto antecipado, tomada de decisões e etc.”

 

Apenas o GRUPO GERIATRICS está inscrito no Rio de Janeiro este ano.

Perguntamos para ambos o que os une e como se enxergam nesse processo:

Na troca com outros profissionais que passam pelo treinamento em Cuidado Paliativo, o que você encontrou que une todos vocês?

Wlademinck: A troca com os profissionais que estão engajados no treinamento está sendo de enorme satisfação e enriquecimento para todos . Temos pontos importantes e fortes que acabam unindo o grupo: a vontade de prestar um bom cuidado no momento de fim de vida de forma humanizada para o paciente, apoio a família e equipe assistencial, oportunidade de aumentar o conhecimento, tendo novas experiências que irão servir, tanto para vida profissional e pessoal.

Beatriz: Sem dúvida a vontade de quebrar paradigmas, desmistificar o conceito de paliação e desconstruir a forma do cuidar, tornando-a mais humanizada, centrada no paciente, que é reconhecido com um ente capaz de tomar decisões sobre seu tratamento, discutindo opções. 

Sendo um facilitador, o que de mais importante você crê que poderá dividir com outros colegas da sua área?

Wlademinck: Acredito que sendo um facilitador poderei dividir a experiência, habilidade e a forma de lidar com o paciente em fim de vida e com a família no momento da morte da pessoa querida.

Beatriz: Talvez o mais importante seja difundir para os colegas a mensagem de que o Paliatismo não é “jogar a toalha”, não é “não fazer mais nada e deixar morrer”. Mas que o paliativismo é tratar da forma mais humana, mitigando seu sofrimento físico, mental, espiritual e social.

Para emergências:        +55 21 3262-0100