Nesta segunda-feira, dia 9, o GRUPO GERIATRICS recebeu a palestra de Bianca Benedetti, fundadora do projeto Casa Florescer, que é uma rede de apoio, acolhimento e empoderamento para mulheres em tratamento oncológico. Neste Outubro Rosa, que concentra campanhas em prol do combate e prevenção ao câncer de mama, foi uma oportunidade excelente de inspirar o trabalho de colaboradores e de troca de experiências.

Um estudo recém-publicado no The Lancet mostra que uma abordagem mais atenta poderia eliminar as desigualdades e salvar vidas de mulheres em todo o mundo. O estudo analisou mortes prematuras por câncer de pacientes com idades entre 30 e 69 anos e concluiu que 800 mil vidas poderiam ser salvas todos os anos se as mulheres tivessem acesso a um bom atendimento. O câncer é uma das maiores causas de morte de mulheres e está entre as três principais causas de mortes prematuras em quase todos os países. No Brasil, segundo as informações da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma) e são esperados 74 mil casos novos por ano até 2025.

Idealizadora da Casa Florescer, Bianca Benedetti é advogada e ela própria uma paciente oncológica. Hoje se dedica integralmente ao projeto social com Vanessa Almeida, que conheceu durante o tratamento que faziam juntas e se tornou uma aliada. A partir do enfrentamento ao câncer de mama, elas perceberam que podiam montar uma rede de apoio e ajudar mais mulheres. Assim, colocaram em funcionamento uma comunidade com voluntários que trabalham para tornar essa jornada mais esperançosa e menos solitária.

Atualmente, o projeto busca doações para oferecer um espaço físico com nutricionista, psicólogas, advogados, educadores físicos, além de atividades que insiram as mulheres novamente no mercado de trabalho ou que as tragam alguma terapia.

“Enquanto a casa não se concretiza realizamos eventos em locais diversos como clínicas, instituições (OAB) e até mesmo em escolas. Promovemos autoestima, doação de lenços e turbantes, sessão de fotos”.

Bianca Benedetti.

A Casa Florescer mantém a conta @projetocasaflorescer no Instagram com muitas informações acerca do que a família pode fazer, glossário com termos médicos, nutrição e desmitificações. Além disso, produz um podcast uma vez ao mês. Na palavras de Bianca, ela teve um câncer, mas o câncer nunca a teve.

PANORAMA BRASIL

Duas em cada três brasileiras só fazem exames clínicos de rotina para detecção do câncer de mama ou autoexame quando são estimuladas por médicos ou campanhas de conscientização. Ainda assim, os exames são mais comuns entre as mulheres das classes A e B, com idades entre 40 e 59 anos, revelando um corte social grave na prevenção ao câncer de mama.

A Sociedade Brasileira de Mastologia indica que após os 40 anos a mulher deve realizar exames anualmente porque 25% das mulheres do país têm câncer de mama entre 40 e 50 anos. Enquanto o Ministério da Saúde orienta fazer apenas entre 50 e 60 anos. A paciente do SUS que tem diagnóstico em estágio avançado tem menor sobrevida que a paciente de mesmo estágio no sistema privado, aponta a mastologista Rosemar Macedo Sousa Rahal, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, na semana passada. Para quem tem histórico na família, o rastreamento de doenças como o câncer de mama deve começar antes dos 40 anos.

Pesquisa, feita pelo Datafolha a pedido da farmacêutica Gilead Sciences, mapeou o nível de conhecimento das mulheres brasileiras sobre o câncer de mama e as suas percepções sobre a doença, foram ouvidas 1.007 mulheres de 25 a 65 anos de todas as regiões do Brasil. As mulheres pretas (28%) e pardas (33%) relatam mais dificuldade para obter informação sobre câncer de mama em comparação às brancas (20%). E entre aquelas que têm nível superior, 78% se classificam como bem informadas, contra 64% entre quem só tem o fundamental completo. Os dados do estudo revelam como as barreiras ao acesso no conhecimento sobre câncer afetam de maneira desproporcional mulheres dos estados fora do eixo Sul-Sudeste, pobres, com baixa escolaridade e negras.

Para emergências:        +55 21 3262-0100