O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou nesta segunda-feira, dia 8, o resultado da pesquisa Demografia Médica 2024. O trabalho do CFM revela que o número de médicas no Brasil vem aumentando ano após ano. Em 2024, os homens ainda representam, ligeiramente, a maioria entre os médicos com até 80 anos, correspondendo a 50,08% do total, enquanto as mulheres compunham 49,92%. Porém, estima-se que, em breve, o número de médicas ultrapasse o de médicos. Atualmente, entre os médicos com 39 anos ou menos, as mulheres já constituem a maioria, representando 58% em comparação a 42% dos homens. O ponto de virada, ocorreu em 2009.
Há localidades do País em que as mulheres já são maioria, como na cidade de São Paulo, onde elas representam 51,04% da força trabalho da profissão, com 39.721 profissionais.
ÁREAS DE ESPECIALIZAÇÃO
Com relação às áreas de especialização, vale lembrar que, embora o País esteja atingindo um equilíbrio de gênero no número total de médicos, há especialidades que ainda mantêm amplo predomínio feminino ou masculino.
Em dermatologia, pediatria e endocrinologia, as mulheres somam mais de 70% dos especialistas. Já em áreas como urologia, ortopedia e neurocirurgia, os homens representam mais de 90% dos profissionais. Além disso, apenas 25% dos médicos que atuam em especialidades cirúrgicas são do sexo feminino.
EQUIDADE DE GÊNERO
Outra face da diferença entre gêneros está nos cargos de direção: Levantamento feito pelo jornal Estadão mostra que, das 55 sociedades de especialidades filiadas à Associação Médica Brasileira (AMB), só 11 delas (ou 20%) têm mulheres na presidência. As dificuldades da tripla jornada feminina são apontadas como a principal razão que as fazem buscar especialidades clínicas e com rotina mais regular, diz uma pesquisa feita pelo Research Center, núcleo de pesquisa da Afya, com 254 médicas brasileiras.
O CFM diz acreditar que a Demografia 2024 pode servir como um catalisador para abordar questões mais amplas de equidade de gênero no setor de saúde.
