Desde 2002 é proibida a venda de álcool líquido com percentual igual ou superior a 54 GL em estabelecimentos comerciais como supermercados e farmácias. No entanto, durante a pandemia de COVID a medida foi revogada para ajudar na higienização de mãos e objetos.

Agora, os estabelecimentos ficarão novamente proibidos de vender este item. O prazo final previsto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a comercialização de álcool líquido é o dia 29 de abril. A partir de maio a disponibilidade será apenas em outras formas físicas, como gel, lenço impregnado e aerossol.

ASSOCIAÇÃO DE SUPERMERCADOS É CONTRA

A retirada de álcool líquido das prateleiras de supermercados foi criticada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), informa a Agência Brasil. A entidade reivindica que a medida seja revista, sob o argumento de que o consumidor já se acostumou a comprar o produto não só em farmácias, mas em supermercados de todo o Brasil.

Segundo a Abras, “a proibição da comercialização retirará do consumidor o acesso ao produto de melhor relação custo-benefício, comprovadamente eficaz nos cuidados com a saúde, na sanitização de ambientes e na proteção contra doenças, incluindo a covid-19”.

A Abras acrescenta que, desde a autorização da Anvisa em 2022, mais de 64 milhões de unidades de álcool líquido 70% foram comercializadas pelos supermercados. “O setor tem observado que o consumidor mantém a preferência pelo álcool 70% na forma líquida por não deixar resíduos em móveis e objetos”.

QUEIMADURAS

De acordo com o Ministério da Saúde, são registradas cerca de 150 mil internações por ano, em decorrência de queimaduras. Com base em levantamentos e consultas com participação da sociedade, a ANVISA explica que, em geral, a situação mais perigosa envolvendo queimaduras estão relacionadas ao uso do álcool no momento em que as pessoas acendem churrasqueiras e fogueiras.

Kelly de Araújo, vice-presidente da SBQ (Sociedade Brasileira de Queimaduras), disse ao jornal Folha de São Paulo que após a liberação durante a pandemia de COVID, houve uma banalização do uso do álcool líquido 70%. Um levantamento da SBQ após a proibição da venda geral de álcool líquido com grande poder de combustão, em 2002, mostrou que o número de acidentes por álcool teve redução média de 65%. Na época, 45 mil crianças eram queimadas por álcool todo ano.

Araújo disse ao jornal que também é preciso avaliar o porquê de haver pessoas cozinhando com álcool. Para ele é o preço do gás. “Temos que pensar que também é um problema social. Eles não estão nem pensando se vai acontecer um acidente, eles estão tentando comer”, afirmou.

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