Sob o tema “apoiar a amamentação é cuidar do futuro”, o Ministério da Saúde lançou no começo desse mês a Campanha Nacional de Amamentação. Agosto é chamado de Agosto Dourado por simbolizar o incentivo ao aleitamento materno – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite humano.
A iniciativa tem como objetivo fortalecer o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida da criança e sua continuidade até os dois anos ou mais, além dar suporte a mulheres e redes de apoio quanto a amamentação segura e seus benefícios. A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde é de aumentar em 50% a taxa de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida até 2025.
Atualmente, no Brasil, a amamentação exclusiva alcança 45,8% dos bebês com até seis meses. Para as mulheres, amamentar reduz o risco de desenvolvimento do câncer de útero e câncer de mama. Para o bebê, fortalece o sistema imunológico, reduz os riscos de obesidade, desenvolvimento de diabetes, casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, além de reduzir a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.
No entanto, é importante que não ocorra a chamada amamentação cruzada, que são as mães amamentarem recém-nascidos que não os seus. Para reportagem da BBC, a pediatra Tuma Calil explica que o aleitamento cruzado passou a ser contraindicado após o advento do HIV, por volta da década de 1980, porque a doença também é transmitida através do leite materno. Outras doenças também podem ser transmitidas para o bebê através do leite materno, como hepatites, HTLVs (vírus da mesma família do HIV), mononucleose (ou doença do beijo), citomegalovírus (da família do vírus herpes).
Se a mulher precisa de leite materno ou quer doar, ela pode procurar um dos 220 postos de coleta dos Bancos de Leite Humano (BLHs) espalhados pelo país. A doação para um banco de leite não é a mesma coisa que o aleitamento cruzado, porque o leite doado, antes de ser entregue a um bebê, é pasteurizado, aquecido a 62,5°C por trinta minutos e depois um resfriado rapidamente a 4°C para evitar que o leite perca muitas propriedades imunológicas.
Segundo os especialistas, não existe leite fraco, independente da cor ou textura, ele tem sempre a quantidade de nutrientes adequada para cada fase do bebê.
BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO
- As proteínas do leite materno têm uma qualidade muito melhor se comparados com a fórmula, como já mostram diversos estudos;
- O leite materno tem as quantidades de nutrientes exatas para o recém-nascido e para cada fase posterior;
- Reduz o risco de mortalidade infantil;
- Tem uma digestão mais rápida e melhor, além de o bebê ter menos incidência de refluxo e diarreia;
- Protege contra a desnutrição e obesidade, já que possui uma quantidade muito mais equilibrada de nutrientes;
- Diminui o risco de diabetes;
- O leite materno tem fatores de defesa imunológicos que protegem, em especial, contra infecções digestivas e respiratórias;
- Estudos apontam que o leite materno diminui o risco de transtornos mentais na infância e adolescência;
- Bebês que mamam no peito correm menos risco de serem internados;
- Favorece o desenvolvimento motor-oral, que inclui a da arcada dentária, mandíbula, lábios, língua, mandíbula, maxila, bochechas, etc;
- Previne a má oclusão dental;
- Protege contra doenças intestinais com origens imunológicas;
- Previne contra doenças alérgicas e crônicas, como colesterol, cardiopatias, alguns tipos de cânceres e leucemia;
- O aleitamento materno é muito mais prático, está sempre pronto e na temperatura ideal;
- A amamentação fortalece muito os vínculos afetivos entre mãe e filho.