A consultoria Price WaterHouse Coopers divulgou no mês passado o resultado de sua pesquisa com 4700 lideres a respeito de como eles enxergam suas empresas.
A “CEO Survey” apontou que no ramo de saúde muitos empresários brasileiros se preocupam com a viabilidade de seus negócios na próxima década; 42% desses CEOs acreditam que a operação não será economicamente viável por mais de dez anos.
O jornal Estadão repercutiu os dados com nomes do setor. Eles responsabilizaram o envelhecimento populacional e o impacto na saúde suplementar.
Marcos Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) ponderou ao jornal que em dez anos o modelo não será o mesmo e que já terá evoluído para um sistema economicamente mais viável: “A tecnologia auxiliará a um uso mais racional dos recursos já existentes.”
A consultoria PwC afirmou à reportagem do jornal que o ambiente regulatório, a falta de competências na força de trabalho das empresas, a falta de recursos tecnológicos e a falta de apoio dos steakholders internos são impeditivos para a reinvenção na saúde.
Bruno Porto, sócio e líder da indústria de Saúde da PwC, disse que o setor de saúde é conservador, avesso à eficiências operacionais, cortes de custos. Disse: “As mudanças de custos de outros setores não funcionam em saúde, pela cultura e falta de consenso do setor. […] O setor não quebra, mas começa a ficar mais lento, complexo e de difícil acesso”.
Já o presidente da Unimed, Omar Abujamra Junior, relata que a falta de previsibilidade da operação de planos de saúde – devido a questões como alto índice de judicialização e incorporação de tecnologias de altíssimo custo – tem gerado reajustes altos para compensar a insegurança e aumentar as receitas. Ele avalia que tais reajustes “podem se tornar insustentáveis para uma parcela das famílias e das empresas contratantes, criando uma barreira de acesso” à saúde no País.
FONTE
LINKS
Estadão (22 fev 2024): https://www.estadao.com.br/economia/ceos-saude-brasil-negocios-inviaveis-10-anos-pesquisa/
PwC (16 jan 2024): https://www.pwc.com.br/pt/estudos/preocupacoes-ceos/ceo-survey-2024.html