Nesta sexta-feira, 8 de março, quando celebramos o Dia Internacional da Mulher, te convidamos a uma reflexão sobre a saúde feminina.
A dupla jornada de trabalho, a má alimentação – consequência desse esforço – e a falta de atividade física decorrente dessa falta de tempo tem exposto mulheres ao estresse, levando milhões à morte. O número de mulheres obesas no Brasil cresceu 64% em 10 anos e o consumo de tabaco entre mulheres aumentou o risco da doença cardiovascular em 25% comparando com homens fumantes. Nesse quadro, a morte por doenças cardiovasculares passou a liderar as causas de mortalidade feminina, na frente do câncer de mama, útero e ovário.
A construção de uma sociedade mais igualitária não pode ignorar que o contingente feminino no mercado de trabalho é mal pago. Pesquisa realizada pelo BCG (The Boston Consulting Group) aponta que as mulheres decidem 70% do consumo doméstico e apesar disso são donas de apenas 30% da riqueza.

42% das mulheres no mundo não podem ter um trabalho remunerado pela carga muito grande de trabalho no âmbito privado ou familiar, frente a somente 6% dos homens.

Consciente de seu corpo e de como ele reage ao passar dos anos nessa nova ordem econômico-cultural, a mulher deverá estar atenta para usufruir desta condição de maior autonomia que sua emancipação proporciona. Já há, tradicionalmente, uma rotina de realização de exames ginecológicos e de mama anualmente, mas quando o assunto é check-up cardiológico a frequência é bem menor.

MENOPAUSA

O cuidado com o corpo é uma questão de direito à vida longa e plena. No momento da menopausa, a queda dos hormônios, somada às condições desta nova realidade, fica clara a necessidade de algumas ações, como a reposição hormonal em política de saúde pública.
Mais que contornar calores súbitos, pesquisas atuais apontam que a reposição traz benefícios essenciais relacionados à prevenção da osteoporose e das doenças cardiovasculares. Existem vários tratamentos que entregam benefícios que durarão para além da fase aguda de queda do estrogênio, este início deve ser precoce e mantido por cinco a dez anos dependendo do caso, conforme rede neural (algoritmo) sugerido em 07.07.2001 pelo grupo de Harvard e publicado no New England Journal of Medicine.

Uma rotina de exercícios físicos que sejam agradáveis e uma alimentação balanceada são igualmente importantes na fase da menopausa. Uma ação simples é a de incorporar alimentos que tem estrutura parecida com o hormônio feminino necessário de ser reposto como:

  • SOJA: uma ótima opção entre os alimentos para reposição hormonal natural feminina, ela age de forma similar ao estrogênio, porque possui a substância isoflavona.
  • CEREAIS INTEGRAIS: eles contêm fibras, que servem de alimento para as bactérias da microbiota intestinal.
  • BRÓCOLIS: contém glucorafanina.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) contraindica a reposição por remédios quando a paciente já teve câncer de mama ou de endométrio, infarto ou acidente vascular cerebral (AVC).

ATIVIDADE FÍSICA E SOLIDÃO

Oxigenar o cérebro e aumentar a endorfina, também são aliados importantes. A leitura e as atividades sociais trabalham na liberação dessa substância, diretamente ligada ao bem estar, que ajuda no controle do estresse e no prazer de viver. Artigo publicado na Nature, mostra que o sedentarismo é responsável por mais mortes por câncer de mama, quando comparado a outros fatores de risco.
Um dos primeiros estudos longitudinais com grande número de participantes, publicado em 1979, mostrou que a falta de contatos sociais mais do que duplica o risco de morte. Numa revisão de 148 estudos, com pessoas saudáveis acompanhadas por um período médio de sete anos e meio, a existência de conexões sociais sólidas reduziu as taxas de mortalidade em cerca de 50%. Em mulheres com mais de 70 anos, a solidão aumenta a probabilidade de desenvolver diabetes. A maior dificuldade de controlar os níveis de glicemia de quem vive isolado explica o maior número de complicações: infarto do miocárdio, AVC, retinopatia, neuropatia periférica e insuficiência renal crônica.
O Dia Internacional das Mulheres nos coloca uma importante reflexão:
Pequenas ações podem mudar muito a forma como este grupo, que gera tanta riqueza, poderá aproveitar a qualidade de vida na merecida fase de dar um tempo no trabalho.

Para emergências:        +55 21 3262-0100