Em homenagem ao médico e sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, que nasceu em 5 de agosto de 1872, neste sábado comemora-se no Brasil o Dia Nacional da Saúde.

A celebração tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de ter um estilo de vida mais saudável. Ser saudável depende de uma série de fatores físicos e mentais que devem fazer parte da rotina de todos, como uma boa alimentação, privilegiando alimentos frescos em detrimento de alimentos processados e ultra processados, ingestão suficiente de água, a prática de atividades físicas, lazer e descanso.

Estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Fundação Oswaldo Cruz mostra que as mortes prematuras relacionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados chegam a 57 mil por ano no Brasil. 

Como alternativas para mudar essa realidade, especialistas destacam a importância de trabalhar políticas públicas para tornar os alimentos saudáveis mais acessíveis para a população. Recomendam ainda que os consumidores priorizem alimentos orgânicos e que observem os valores nutricionais nas embalagens antes de comprar comida.

Entre as mortes relacionadas à má alimentação, destacam-se principalmente as que se dão por infarto e acidente vascular cerebral. O cenário das doenças cardiovasculares atualmente é preocupante na opinião do médico cardiologista Protásio Lemos da Luz, pesquisador sênior do Instituto do Coração. Ele recentemente recebeu a medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico devido à sua contribuição para o desenvolvimento científico no país e é autor e coautor de mais de 500 estudos nacionais e internacionais. Ao jornal Estado de São Paulo ele disse:

A doença cardíaca é a maior causa de morte e morbidade no País. Os maiores determinantes de aterosclerose são fatores de risco clássicos, como hipertensão, fumo, obesidade, diabetes e colesterol alto. São os principais responsáveis pelo desenvolvimento da doença. A parte genética contribui em menor parte. E esses fatores estão muito relacionados ao estilo de vida. O que vejo, no Brasil, é que eles são muito prevalentes.

E quem tem hipertensão ou colesterol alto, por exemplo, nem sempre faz o tratamento em longo prazo, que é necessário. Não checa se está dando efeito ou não. Esse problema de adesão é muito sério e acontece no mundo todo. Um dos motivos para isso é que a doença aterosclerótica é silenciosa, ela não dói.

Recentemente pesquisadores das universidades de São Carlos (UFSCar) e College London (Reino Unido) que acompanharam durante oito anos 7.030 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (Estudo ELSA) constataram que obesidade abdominal e fraqueza muscular, quando associadas, aumentam em 85% o risco de morte por doenças cardiovasculares em pessoas com mais de 50 anos. Os pesquisadores explicam que a obesidade abdominal dinapênica aumenta o risco de morte por doenças cardiovasculares porque a gordura gera uma inflamação crônica. 

A obesidade mantém o sistema imunológico constantemente em alerta, ativando células de defesa como os macrófagos, mastócitos e linfócitos T. Como resultado, pode ocorrer uma inflamação crônica moderada conhecida como metaiflamação, que acarreta resistência à insulina, inibição da síntese proteica e aumento do catabolismo muscular – quando o corpo passa a obter energia a partir das próprias fibras musculares.

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