Neste mês, quando comemoramos em 13 de outubro o Dia dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais, conversamos com a Juliana Costa (na foto acima com o fundador da empresa, Dr. Ricardo Rodrigues), que é coordenadora de fisioterapia do GRUPO GERIATRICS desde 2009. Ela entrou como nossa colaboradora em 2004 e pedimos que nos contasse um pouco dos desafios no dia-a-dia e como é a importância da fisioterapia em casos de atletas e pessoas mais idosas. A seguir, leia como foi o bate-papo:

1) Como você se interessou por fisioterapia e como foi sua formação?

Quando estava no ensino médio após várias pesquisas e dúvidas sobre qual carreira seguir, me deparei com a Fisioterapia, descobri que era exatamente aquela profissão que queria. Auxiliar as pessoas no processo de reabilitação, dar um novo sentido aquilo que parecia inicialmente perdido, trabalhar com a perda de um movimento, de um membro, em um trauma ou um pós cirúrgico, ver a felicidade no rosto das pessoas em cada pequeno ganho conquistado era o que fazia sentido para mim naquele momento;

Quando ingressei na faculdade novos caminhos e conhecimentos surgiram, fui conhecendo o que realmente a fisioterapia tinha a proporcionar, era muito mais do que simplesmente reabilitar e auxiliar no retorno à mobilidade.  Passei por estágios em várias áreas como a neuropediatria, descobri que não era a minha escolha, sofria junto com mães e a cada dia que meus pacientes não apareciam por qualquer motivo era uma aflição; a traumato ortopedia era a minha escolha desde sempre, desde que escolhi ser fisioterapeuta, onde mais atuei e vi casos fantásticos de reabilitação, desde uma “simples” Artroscopia, a uma reabilitação de atleta profissional de Basquete, essa fase bem desafiadora e engraçada, eu com 1,58m e o atleta com 2,09m, alongá-lo e segurá-lo nas atividades de propriocepção era fisicamente complicado, mas fisioterapeutas aprendem a ser bem “adaptáveis” e por fim veio a fisioterapia respiratória, ainda bem desconhecida para muitos; foi uma linda descoberta; estar em uma terapia intensiva, atuando diretamente no suporte ventilatório e ventilação mecânica dos pacientes, nos casos graves, críticos e emergências foi fascinante e exatamente a minha escolha, ingressando em uma especialidade em terapia intensiva e cursos associados e treinamentos sobre equipamentos e novas tecnologias para cada vez mais proporcionar aos paciente suporte e conforto no que dependesse dos equipamentos ventilatórios. Logo depois de formada entrou na minha vida o home care; um novo leque surgiu; vi que conseguiria usar um pouco de cada especialidade atendendo aos pacientes em domicilio; não é fácil, ficamos com muitas responsabilidades, estamos por vezes sozinhos nas residências em momentos críticos, mas há um diferencial que não existe em clínicas e hospitais; a família e o ambiente, ele nos auxilia e muito no processo de reabilitação; um aprendizado constante onde nem sempre é possível reabilitar, mas podemos confortar e os adaptar a nova realidade.

Profissional que não toca no paciente não é fisioterapeuta. 

Juliana Costa, coordenadora de fisioterapia no GRUPO GERIATRICS.

2) Que tipo de caso mais surpreende você nestes anos de profissão?

Foram vários casos surpreendentes; lembro de alguns… Um caso interessante foi de um paciente com uma patologia degenerativa progressiva, que já dependia totalmente de um equipamento para ventilação, conseguiu superar a própria progressão da doença e ver a bisneta nascer, segurá-la no colo, levantar do leito e andar ate o térreo do seu prédio para ver seus amigos e ainda fazer arroz doce para a fisioterapeuta, coisas simples mas que tem um valor emocional importante. 

Outro caso foi de um paciente que também dependente de ventilação mecânica expressou seu desejo de ir à Igreja, o fisioterapeuta conseguiu mediante todo suporte e segurança, conseguiu levá-lo para assistir à missa na Igreja que era bem próximo à residência. 

Existem casos que simplesmente só podemos conversar, dar suporte e conforto; o fato de tocar aquela pessoa já traz bem estar e alívio, a confiança que o paciente e família tem de que vai ficar tudo bem, de uma forma ou de outra. 

3) Como acha que a fisioterapia vai evoluir? Digo, como será no futuro? Outros equipamentos ajudarão ou será uma questão de valorização dos profissionais?

Equipamentos cada vez mais aperfeiçoados e novos equipamentos surgirão, é necessário, a tecnologia esta aí para nos auxiliar e temos que aproveitar e utilizar. A  fisioterapia ainda tem muito mais a evoluir, mas não podemos esquecer que na nossa profissão é essencial o toque; profissional que não toca no paciente não é fisioterapeuta. 

4) Que dificuldades você acha que a profissão mais enfrenta?

Infelizmente ainda é uma profissão com uma remuneração inadequada a toda dedicação necessária, isso é uma triste realidade, mas não podemos perder o foco e a determinação do que podemos fazer pelo outro enquanto fisioterapeutas. 

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